Eu arranquei umas telhas do telhado e mandei ver no azulado. Abriu uma "racha" na cabeça dele logo na primeira telha, na segunda ele bambeou e na terceira caiu lá no quintal. Deve ter doído porque ele caiu gemendo e continuou gemendo depois de se estatelar no chão duro.
Foi quando eu vi as outras naves maiores. A primeira delas desceu bem na rua de baixo, abriu uma porta com uma rampa e mais azulados vieram, mas junto estavam outros, de um azul mais intenso. Jogavam espuma de longe, acertando os vizinhos na rua, destruindo coisas, mas sem efeito nas pessoas. Eu precisava de uma arma. E rápido. Ficar jogando telha não me parecia uma opção interessante.
Resolvi descer do telhado e ver o que eu arrumava na cozinha. Peguei uma faca, uma tesoura e um cutelo, desses que a mãe da gente usa pra quebrar os ossos das carnes de frango e porco. Na saída pro quintal, enfiei a tesoura com toda a força na cabeça do azulado que caiu do telhado. Quase que a tesoura entra na minha perna. A tesoura bateu e voltou com tudo pra cima de mim. Parecia que eu tinha golpeado uma geléia. Uma espuma dura, sei lá. Tentei a faca num dos braços-tentáculo do azulado e tive o mesmo resultado. Ele revidou.
Me deu uma porrada na cara, mas foi como se eu tivesse sido atingido por um travesseiro. Eu bati de volta, e foi macio o contato. Mas a reação dele foi como se eu tivesse usado uma barra de ferro. A cabeça caiu pra trás, e o azulado tava inerte no chão, nem gemia mais.
Senti que uma espuma me acertou nas costas. Rapidamente eu virei, peguei a espuma na mão antes que caísse no chão e joguei em cima do azulado que tava caído. Ele até que derreteu rápido. Mais 2 azulados tinham subido no telhado, do jeitinho homem-borracha. Eu usei a espuma que jogaram em mim de volta neles. Mas eles estavam usando a tal proteção. Eu precisava achar um jeito de "desligar" a proteção deles.
Olhando com atenção agora, vi que a espuma vinha de uma espécie de tubo que eles seguravam num dos tentáculos. Eram 2 tentáculos, um de cada lado do corpo e outro mais comprido na frente, como uma tromba. Os 3 olhos no meio de uma cara sem nariz, formando uma linha estranha de olhares ora assustados e ora curiosos.
O que mais eu tinha pra jogar neles ? Um dos azulados desceu do telhado, de novo no estilo homem-borracha e eu fui logo jogando a espuma nele de volta, mas era pouco e não fez efeito. Corri pra área de serviço. Tinha um pouco de gasolina num vidrinho do meu pai e joguei no cara. Joguei sabão em pó, água sanitária, um balde com água e roupas sujas da minha irmã, amaciante de roupas, limpa vidros. Cada coisa que eu jogava no azulado ele se assustava e parava. Depois vinha arrastando de novo pra cima de mim. Ele tinha quatro "cotocos" no lugar das pernas. Eram como se fossem umas pernas de tartaruga, bem curtinhas. Faziam eles lentos e "pesadões", desajeitados. Desconjuntados. Mas o cara era valente e sempre dava passos na minha direção. Eu estava encurralado na área de serviço. Jogando qualquer coisa que eu achasse nele. Uma barra de sabão de lavar roupa, daquelas azuis. Grudou imediatamente na roupa de lã dele. Ele parou de novo pra pegar com um tentáculo. Grudou no tentáculo.
Parecia que ele tava brincando com cola. Ele estava ficando todo grudado. Peguei o cutelo e a faca, cortei outra barra de sabão em fatias e corri pra cima do azulado, deixando fatias de sabão nos olhos dele. Ele ficou ali lutando com o sabão e me deixando tempo pra procurar alguma coisa que matasse o cara. Mata-baratas, daqueles "sprays". Outro "spray" desinfetante. Mais água sanitária. Putz! O segundo azulado desceu do telhado e tava vindo ajudar o amiguinho dele, ainda atrapalhado pelo sabão. Alguma coisa nesta área de serviço tem que servir. Álcool. Graxa de sapato.
O azulado caiu. Furos no corpo dele, como se tivesse sido atingido por balas de uma arma. O álcool tava fazendo esse estrago no cara. Joguei um pouco de álcool na própria tampa e atirei a tampa do litro de álcool de limpeza no segundo azulado. Ele foi pro chão, com um furo na cabeça e 3 ou 4 no corpo. Beleza. Álcool mata os caras na hora. Agora eu só tinha que avisar o planeta todo. Fácil.